Trecho do Capítulo 5
A Compreensão no Amor
Um dia eu estava no rio Ganges em um barco. Era um belo final de tarde de outono. O Sol estava se pondo, e o silêncio do céu estava cheio até a borda com paz e beleza inefáveis. A vasta extensão da água estava sem ondulações, refletindo todas as mudanças de luz daquele pôr do sol incandescente. A uma certa distância, repousava um banco de areia, como um grande e velho réptil, com listras em cores brilhantes. À medida que nosso barco silenciosamente deslizava através da íngreme margem do rio, repleta de ninhos de um grupo de pássaros, um grande peixe saltou para a superfície, de repente, e então desapareceu, exibindo em seu corpo todas as cores daquele céu de final de tarde. Ele deixou de lado, por um momento, a tela multicolorida na qual havia um mundo silencioso e cheio de alegria de viver. Ele veio das profundezas de sua misteriosa morada com a beleza de um movimento de dança, adicionando sua própria música à silenciosa sinfonia daquele dia que se esvaía. Senti como se tivesse presenciado uma saudação amigável vinda de um mundo desconhecido, em sua própria linguagem, e isso tocou meu coração com um lampejo de alegria. Então, o homem que conduzia o leme, exclamou com um distinto tom de pesar: “Ah, que peixe grande!” Sua imaginação se concentrara na visão do peixe capturado e preparado para o jantar. Ele percebia o peixe apenas através de seu desejo, e assim, deixou escapar a completitude da autenticidade de sua existência.
Entretanto, o homem não é inteiramente um animal, ele aspira pela visão espiritual, que é a visão autêntica da realidade, que lhe concede o máximo de encanto, pois revela-lhe a mais profunda harmonia existente entre ele e o que o cerca. São nossos desejos que limitam a amplitude de nossas percepções, impedindo a expansão de nossa consciência, dando origem à malevolência, que é a mais profunda barreira que nos separa de Deus, erguendo a desunião e a arrogância da exclusividade. A maldade não é somente uma ação, é uma atitude que leva à crença de que somos finitos, de que nosso ego é a última verdade, e que não somos essencialmente um só, mas que cada um existe apenas em razão de sua própria vida individual e separada do todo.
Repito que nunca poderemos ter um panorama verdadeiro do ser humano, a não ser que tenhamos muito amor por ele. A civilização deveria ser julgada e valorizada não pelo nível de poder que conseguiu desenvolver, e sim com base no quanto evoluiu e expressou amor pela humanidade através de suas leis e instituições. A primeira e última questão que se deve responder é: com qual intensidade que ela reconhece o ser humano mais como um espírito do que como uma máquina?
Entretanto, o homem não é inteiramente um animal, ele aspira pela visão espiritual, que é a visão autêntica da realidade, que lhe concede o máximo de encanto, pois revela-lhe a mais profunda harmonia existente entre ele e o que o cerca. São nossos desejos que limitam a amplitude de nossas percepções, impedindo a expansão de nossa consciência, dando origem à malevolência, que é a mais profunda barreira que nos separa de Deus, erguendo a desunião e a arrogância da exclusividade. A maldade não é somente uma ação, é uma atitude que leva à crença de que somos finitos, de que nosso ego é a última verdade, e que não somos essencialmente um só, mas que cada um existe apenas em razão de sua própria vida individual e separada do todo.
Repito que nunca poderemos ter um panorama verdadeiro do ser humano, a não ser que tenhamos muito amor por ele. A civilização deveria ser julgada e valorizada não pelo nível de poder que conseguiu desenvolver, e sim com base no quanto evoluiu e expressou amor pela humanidade através de suas leis e instituições. A primeira e última questão que se deve responder é: com qual intensidade que ela reconhece o ser humano mais como um espírito do que como uma máquina?
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